Os pobres que paguem a crise.
A Justiça
na sua generalidade, bem como os órgãos de investigação e de inquérito ao
serviço da República, trilham um incompreensível caminho que conduz ao seu
completo desprestigio.
Poderão
existir poderosas razões de complexidade processual mas não se defendeu a
capacidade de administração da Justiça, num caso que esteve sob mira dos
portugueses, nestes difíceis tempos de crise.
O
desfecho do ‘caso BCP/Jorge
Jardim Gonçalves’, agravado por introduzir no barulho o órgão regulador das
instituições financeiras nacionais (BdP) é uma situação verdadeiramente
insuportável.
A
prescrição decretada pelo Tribunal de Lisboa, no que se refere às acusações
procedentes do Banco de Portugal, é, em termos de opinião pública, uma situação
de denegação de Justiça que não deixará de ter consequências.
A Justiça
não é um luxo nem uma ‘gordura’ do Estado. É um garante fundamental para
a coesão social e dos equilíbrios entre os direitos e os deveres dos cidadãos.
Quando claudica provoca danos incomensuráveis. E não há desculpas que sirvam,
nem perdões que se aceitem.
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